A utilização de enxertos ósseos em cirurgias ortopédicas, crânio-maxilo-faciais e odontológicas está cada vez mais difundida. O enxerto autólogo fresco permanece como padrão ouro devido a suas propriedades, como resposta imune e capacidades osteoindutora, osteocondutora e osteogênica. Porém, suas desvantagens, como o aumento do tempo cirúrgico, a pequena quantidade obtida e a morbidade associada a esse procedimento, têm limitado sua utilização.
A matriz óssea inorgânica mineralizada do Bonefill, possui uma estrutura macro e micro porosa similar aos ossos cortical e esponjoso humano e atuam como mecanismo osseocondutor favorecendo o crescimento e regeneração óssea. Com o decorrer do tempo, o Bonefill é parcialmente remodelado por ação de osteoclastos e osteoblastos, sendo uma alternativa viável ao osso autólogo em defeitos adequados para o seu uso e indicação.
Desenvolvido para a regeneração óssea em cirurgias reconstrutivas, o Bonefill é um substituto ósseo natural obtido a partir de osso cortical e esponjoso de côndilos de fêmur bovino. A estrutura mineral osteocondutora altamente purificada é produzida a partir de um processo multi-fases, cumprindo os regulamentos de segurança preconizados pelas agências de controle. O osso fresco é triturado e recebe uma sequência de banhos que solubilizam todas as estruturas orgânicas, permanecendo assim somente a sua porção mineral evitando a indução de possíveis processos imunogênicos no organismo. Os produtos constituídos por matriz de osso bovino mineralizado têm expectativa de incorporação em tempo mínimo de 6 meses, o que dependerá do potencial regenerativo do defeito tratado.
O Bonefill na forma de grânulos, está disponível nos seguintes modelos: Bonefill, Bonefill Mix e Bonefill Porous, e na forma estrutural está disponível nos seguintes modelos: Bonefill Lâmina Cortical, Bonefill Porous Bloco, Bonefill Porous Cilíndrico e Bonefill Porous pré-moldada em forma especial.
A estrutura microscópica do enxerto ósseo Bonefill, analisada por MEV/EDS, revelou que o produto apresenta estrutura típica de osso cortical e esponjoso humano, com poros interconectados, e que, após o processo físico-químico ao qual a matéria prima é submetida para fabricação, mantem a estrutura característica desse tipo de tecido. A presença dos poros e a manutenção da estrutura cristalina trabeculada do osso são fatores fundamentais para sucesso dos fenômenos celulares de deposição de células osteoprogenitoras sobre o enxerto, reabsorção do mesmo e formação de osso novo no lugar.
Com uma relação de fosfato de cálcio que simula a composição do osso humano e uma baixa estrutura cristalina, o Bonefill é aceito pelo corpo humano como uma estrutura adequada para formação óssea.
As características do Bonefill permitem uma rápida hidratação e consequentemente absorção de sangue, que é ponto chave para o início do processo regenerativo em defeitos ósseos. Complementando, além de permitir o acúmulo de fatores de crescimento provenientes do sangue também é um excelente arcabouço tridimensional, permitindo um ambiente adequado e favorável para a regeneração e reconstrução óssea.
A combinação Bonefill com osso autógeno acrescenta uma atividade biológica (propriedades osteoindutoras e osteogênicas do osso autólogo), promovendo uma regeneração mais rápida e melhorando a formação do novo osso.
O período de cicatrização apropriado depende do paciente e do tipo inicial do defeito, e deve ser decidido pelo profissional com base na avaliação de cada caso individual. Nos estudos atuais, recomendamos um período mínimo de cicatrização de seis meses antes da reentrada, para garantir a estabilidade da integração das partículas.
Investigações clínicas confirmaram o mecanismo de ação do Bonefill: eles absorvem muito facilmente grandes quantidades de sangue, iniciando assim a micro coagulação a ocorrer dentro do próprio enxerto e, portanto, melhorando fortemente a integração do enxerto; as primeiras semanas são então necessárias para a colonização celular do enxerto, entretanto, este lapso de tempo também é necessário para a degradação da fina película polimérica, que se desvanece progressivamente deixando a estrutura mineral para as células se consolidarem e promovendo a formação de novo osso vivo (também por meio da formação de novo vaso); meses seguintes são necessários para a integração do enxerto com o osso nativo do paciente, também devido à vascularização e neoformação óssea no interior do enxerto via remodelação completa.